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O poder da mulher na busca pela sustentabilidade

As mulheres são protagonistas quando se fala em sustentabilidade. As características e instintos femininos de cuidado e proteção da família e seu entorno colocam as mulheres como uma grande liderança e referência na busca pelo desenvolvimento sustentável.


Não é a toa que entre os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável instituídos pela ONU, o de número 5 convida todos a alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.


São as mulheres que naturalmente trabalham pela geração de negócios sustentáveis, pelas mudanças nos padrões de consumo e construção de um estilo de vida que respeita os ciclos de regeneração dos recursos do nosso planeta. Nós mulheres somos mais inclinadas a adquirir produtos que geram menos impacto e a trabalhar em prol de campanhas e negócios que protejam o meio ambiente e todos que nos cercam.


mulher e sustentabilidade

Imagem de Freepik


Elas desempenham papel de destaque na gestão ambiental, produção de alimentos e organização social. As mulheres do campo são importantes guardiãs dos conhecimentos tradicionais e têm papel chave na agricultura familiar. A habilidade na comunicação e atuação na comunidade também fazem das mulheres uma grande ferramenta de impacto local. Mas ainda somos minoria absoluta na política.


Ainda assim, nós mulheres temos cada vez mais poder, contribuímos cada vez mais para a renda da família, conhecemos mais as necessidades da casa e somos mais sensíveis aos impactos e mudanças. No Brasil, há 28,9 milhões de famílias chefiadas por mulheres, o que corresponde a 42% das famílias do país, segundo dados da última pesquisa Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça realizada pelo Ipea. E esse número só cresce, mais que dobrou nos últimos 15 anos de estudo. Em 2001 eram 14,1 milhões de famílias com liderança feminina.


Ao mesmo tempo, são as mulheres as mais vulneráveis às mudanças climáticas e desastres socioambientais. Estão na linha de frente. Em muitas comunidades é responsabilidade da mulher buscar água, recurso escasso que se encontra cada vez mais distante, e limita a realização de outras atividades como ir à escola ou gerar renda. Em outras comunidades tradicionais, é tarefa feminina buscar lenha para a preparação do alimento, são as mulheres ainda que respiram a fumaça tóxica que sai dos fornos improvisados e estão diretamente expostas às doenças respiratórias. Não é preciso ir muito longe. Há muitas chefes de família vivendo na periferia de nossas cidades, em locais insalubres, na beira de córregos, nos morros, sem qualquer estrutura de saneamento.


São também as mulheres que recebem os menores salários. Segundo o Estudo de Estatísticas de Gênero do IBGE, as mulheres ganham apenas 3/4 dos rendimentos que os homens recebem (76,5%). E quanto maior o cargo, maior a diferença salarial. Ainda, muitas dessas mulheres desenvolvem trabalhos informais, sem qualquer amparo do Estado. Em crises e pandemias como a que estamos enfrentando, são as mulheres as grandes afetadas pelas consequências tanto na saúde quanto na renda para sustento da família. Segundo a ONU, há evidências de que os impactos econômicos da COVID-19 afetarão mais as mulheres, já que são elas que mais trabalham em empregos mal remunerados, inseguros e informais. Além do mais, as mulheres representam 70% dos trabalhadores que atuam no setor social e de saúde, setores que vêm lutando diariamente para salvar vidas, em contato contínuo e direto com a doença.


Ainda cabe citar a distribuição desigual do trabalho no lar. As mulheres investem muito mais tempo em atividades não remuneradas, como os afazeres domésticos, educação dos filhos e cuidado dos idosos. Enquanto elas dedicam em média 18,1 horas por semana para esses afazeres, os homens investem apenas 10,5 horas do seu tempo para estas atividades.


Diante deste cenário, apesar de termos papel de destaque na busca por um futuro mais justo e sustentável, temos menos tempo e recursos para isso.


A questão de gênero é um dos mais fortes indicadores de desvantagem à nível mundial e uma ameaça à democracia. O desenvolvimento sustentável pressupõe, além da preservação dos recursos naturais e do ambiente em que vivemos, a igualdade entre as pessoas e a melhoria de vida da população.


O empoderamento feminino é ferramenta indispensável para promover o desenvolvimento e a redução da pobreza. Mulheres com maior nível de educação e participação no mercado de trabalho estão mais capacitadas para contribuir à saúde e produtividade das famílias e comunidades, criando melhores perspectivas para o futuro e para as próximas gerações.


A desigualdade limita as contribuições das mulheres à produtividade, eficiência e ao desenvolvimento sustentável. Reduzir as desigualdades de gênero não significa negar a diversidade. Trata-se de reconhecê-la, atribuindo a homens e mulheres igual valor, reconhecendo suas necessidades específicas, as quais devem ser igualmente contempladas pela sociedade e pelo Estado. Fortalecer as mulheres é fundamental para que possamos alcançar uma sociedade justa, próspera e sustentável.

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Jéssica Michalak Besen

Engenheira Ambiental e de Segurança do Trabalho

apaixonada por tudo que envolve meio ambiente e sustentabilidade

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