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O que a sustentabilidade tem a ver com a sua saúde?

A sustentabilidade tornou-se princípio essencial a partir do crescimento da população mundial e do surgimento de uma economia fundamentada no sobre-consumo dos recursos naturais.

Nas últimas décadas, nosso estilo de vida já passou por tantas transformações que em muitos aspectos nossa vida hoje nada lembra a de nossos avós, quando nem se ouvia falar em desenvolvimento sustentável. Fato é que o estilo de vida que adotamos, seja em relação ao consumo, transporte, habitação, reflete diretamente em impactos ambientais, que por sua vez, refletem em nossa saúde.


Em vários pontos de nossa vida, sustentabilidade e saúde caminham de mãos dadas. Na verdade, nossa saúde nunca esteve tão ligada à saúde do planeta. São cada vez mais comuns as doenças causadas por problemas ambientais, dentre as quais podemos destacar:


  • Asma, bronquite, tuberculose, alergias e demais doenças respiratórias causadas pela poluição do ar.

  • Manchas e câncer de pele causados pela destruição da camada de ozônio.

  • Intoxicação alimentar, alergias e problemas no sistema digestivo causados pela poluição da água e do solo, bem como pela intensificação do uso de agrotóxicos.

  • Disenteria, esquistossomose, gastroenterite, paralisia infantil, febre tifoide, cólera, hepatite e diarreia, transmitidas pela água contaminada.

  • Dengue, malária, febre amarela, zica e chikungunya, transmitidas por mosquitos que se desenvolvem em águas paradas e poluídas.

  • Aumento do estresse, perda de concentração e memória, ansiedade, cansaço, depressão e até surdez causados pela poluição sonora.

  • Alterações hormonais causadas pela ingestão de toxinas, poluentes e demais substâncias químicas presentes na água e nos alimentos.


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Imagem de rawpixel por Pixabay


Sem perceber, estamos expostos diariamente a uma série de doenças originadas de problemas ambientais e que afetam diretamente o nosso bem-estar e nossa forma de viver. Preservar o meio ambiente, portanto, é preservar a vida.


A perda da qualidade do ar, da água e dos ambientes naturais é um grande desafio nos dias atuais. O crescimento da população, das cidades e das indústrias não foi acompanhado de uma infraestrutura mínima que permitisse seu desenvolvimento sustentável. A negligência com esses problemas vem comprometendo seriamente a qualidade do ambiente em que vivemos e seus efeitos podem se transformar em grandes problemas de saúde pública.


Imagem de MonikaP por Pixabay


Poluição do ar


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição do ar mata 7 milhões de pessoas por ano. Nove em cada dez pessoas respiram ar poluído, inclusive eu e você. Até um terço das mortes por ataque cardíaco, cancro de pulmão e doenças respiratórias se deve à poluição do ar. Para chamar a atenção para o problema, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu a poluição do ar como tema do Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano, a ser celebrado em 05 de junho.


Os automóveis, a indústria, a agricultura e a queima de resíduos são as principais causas da poluição atmosférica. Podemos mudar este cenário investindo em tecnologias mais limpas, como carros, ônibus e trens elétricos, e fontes de energia renováveis para abastecer as indústrias e cidades. Nos cultivos agrícolas, fundamentais para a produção de alimentos e combate à fome, processos mais eficientes permitem a transição para uma agricultura de baixo carbono. Para a gestão dos resíduos se faz necessária uma mudança de paradigma, focada na redução dos desperdícios e da dependência dos consumidores por produtos plásticos e descartáveis, bem como no incentivo a ações de reuso, reciclagem e compostagem.


É papel de cada um de nós minimizar os impactos na qualidade do ar que respiramos. Utilizar menos o carro, fazer trajetos curtos a pé ou de bicicleta, cultivar uma horta, reduzir o consumo, gerar menos lixo e destinar corretamente os resíduos recicláveis e compostáveis fazem uma grande diferença quando se transformam em hábitos comuns a todos.


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Imagem de Anh Vy via Unsplash


Poluição da água


A água potável, limpa e disponível ao consumo é vital para a sobrevivência de todos os seres vivos e para o funcionamento dos ecossistemas, comunidades e economias. No entanto, a qualidade da água no mundo todo vem sendo comprometida à medida que as populações crescem, as atividades agrícolas e industriais se expandem e as mudanças climáticas ameaçam alterar o ciclo hidrológico global.


A cada dia, milhões de toneladas de esgoto e resíduos são despejados em nossos rios e mares. Estima-se que 80% das águas residuais retornam ao meio ambiente sem qualquer tipo de tratamento. Segundo a ONU, morrem mais pessoas em consequência da água contaminada do que todas as formas de violência, incluindo a guerra. E esse não é um problema exclusivo de países pobres sem acesso à minima estrutura de sanamento. Doenças como disenteria, esquistossomose e hepatite, por exemplo, são comuns no Brasil, em especial em áreas sujeitas à enchente. As doenças transmitidas pela água continuam sendo um peso significativo para a saúde pública entre os grupos vulneráveis e desfavorecidos em todo o mundo.


Outro problema de poluição hídrica que merece atenção diz respeito às práticas agrícolas e pecuárias insustentáveis, com uso intensivo de​ agrotóxicos e fertilizantes que escoam livremente para rios, lagos e águas subterrâneas. Só até maio deste ano, o Ministério da Agricultura liberou o registro de 197 novos agrotóxicos para serem utilizados no país, muitos dos quais classificados como altamente ou extremamente tóxicos à saúde humana. Os governantes parecem ignorar o fato de que entre 2014 e 2017, um coquetel de diferentes agrotóxicos foi detectado na água de abastecimento de 1 em cada 4 cidades brasileiras. Não basta estarmos ingerindo pesticidas junto aos alimentos, agora também estamos bebendo essa mistura tóxica diretamente da torneira.


Por fim, não podemos falar de poluição hídrica sem citar o problema do lixo marinho, que vem transformando nossos oceanos em um mar de plástico. O plástico leva dezenas e até centenas de anos para se decompor, enquanto isso, degrada-se em pedaços cada vez menores chamados microplásticos, muito mais fáceis de serem ingeridos pelos animais e até mesmo por nós humanos. Já foram encontrados microplásticos na água da torneira e até mesmo na água vendida em garrafas. Essas pequenas partículas plásticas, além de conter toxinas que fazem parte da sua composição, têm a capacidade de adsorver os poluentes que se encontram nas águas. Ao serem ingeridas, acabam se acumulando nos tecidos de peixes, crustáceos e demais animais marinhos, adentrando a cadeia alimentar. Ao nos alimentarmos destes animais, essas toxinas e poluentes passam a se acumular em nosso corpo. Muitas destas substâncias atuam como disruptores endócrinos, afetando o funcionamento de nosso sistema hormonal e interferindo em diversos processos corporais como crescimento, metabolismo e reprodução. Outras, como os bisfenóis, são potencialmente cancerígenas.


Evitar o desperdício de água, consumir produtos orgânicos, cultivar a própria comida e diminuir a geração de lixo são algumas das atitudes que cada um de nós pode tomar no dia-a-dia para salvar nossas águas dos cenários de escassez, poluição e fonte de doenças.


Como podemos ver, são diversas as evidências que apontam a relação direta entre a nossa saúde e a saúde do planeta. O segredo de uma vida longa e de qualidade aponta para uma vivência simples e sustentável, em harmonia com o ambiente do qual somos parte. Ademais, já foram comprovados os benefícios do contato com a natureza para o alívio do estresse, depressão, hipertensão arterial e demais transtornos que causam milhares de mortes precoces todos os anos no mundo todo. Manter um estilo de vida equilibrado, preservando nossos recursos naturais, é a melhor forma de garantir um futuro saudável, sustentável e próspero, não apenas a nós, mas a todos que ainda estão por vir.

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Jéssica Michalak Besen

Engenheira Ambiental e de Segurança do Trabalho

apaixonada por tudo que envolve meio ambiente e sustentabilidade

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